Numa noite muito fria e chuvosa
Uma senhora estava sentada em sua cadeira de balanço
Seu pescoço estava envolto por um lindo cachecol
Toda enrolada em um cobertor
Apenas sua face já marcada pelo tempo estava a mostra
De repente um raio cai em frente a mansão,
A luz deste entra pela janela
Como se fosse uma tocha humana
Com um som ensurdecedor,
Todos na mansão não ouviram o som,
Seus filhos, seus netos, seu marido
Ninguém ouvira nada
Só aquela senhora viu e ouviu aquele som aterrorizante
Ela achou tudo muito estranho
Um estrondo daqueles e ninguém notou...
Foi até a sala onde estava para verificar
O que havia acontecido
Como que se aquele som tivesse vontade própria
E restringisse o barulho apenas a um cômodo da residência
Criou-se, então um clima de terror envolvendo
Aquela pobre e indefesa senhora
Quando ela tenta chamar alguém
Sua voz não é ouvida por ninguém
Tenta levantar-se, mas é segura por uma força misteriosa
As luzes se apagam,
E da escuridão das trevas aparece
De repente, bem a sua frente a figura da morte
Toda elegante com roupa escura
E a foice em punho
Tornou-se claro novamente
A morte retirou seu manto negro
Era como se aquele esqueleto saísse vivo de um incêndio
Provocado por algum desconhecido
E trazia consigo a sede de vingança
A senhora que observava tudo muito assustada
Já sabia o que esperava-lhe
Sabia que um de seus familiares iria morrer
As pessoas daquele vilarejo
Diziam que ela tinha o poder de prever a morte.
Só não esperava prever sua própria morte.
P.R.S.A. - 1984.