- Interjeições excessivas? Evite-as!!!!
- Não abuse de metáforas futebolísticas. Esse tipo de tabelinha com a linguagem do futebol nem sempre satisfaz a galera. O leitor pode se sentir driblado e dar cartão vermelho para o escritor, mandando-o antes do tempo para o chuveiro.
- Falhas na concordância denuncia falta de conhecimento gramatical. Evite-a.
- Não misture as pessoas gramaticais. Tu podes pode fazer isso quando usares a linguagem coloquial, mas nunca em sua redação para vestibular ou concurso. Nela escrevemos com alguma formalidade e você tem que seguir a norma culta.
- Das inversões fuja. Comprometem elas das idéias a clareza.
- Evite repetições, pois elas dão a impressão de que o texto não progride. Repetir gera no leitor a sensação de que as idéias ficam no mesmo lugar, não evoluem. Quem repete permanece no mesmo círculo de idéias e faz o texto circular em torno de um mesmo tema, sem sair do canto.
- Tenha cuidado ao usar as reticências, pois elas… lacunas no pensamento e… sem saber direito o que o autor quer dizer.
- As longas intercalações entre sujeito e predicado, por fazerem o leitor esquecer o que o que foi dito no início, levando-o a suspender a leitura e ter de reler toda a frase, o que termina prejudicando a compreensão do texto como um todo, devem ser evitadas.
- Evite exageros. A hipérbole é o pior entre os piores pecados que podem acometer um escritor em todos os tempos.
- Há que escoimar o texto de vocábulos preciosos ou pernósticos. O uso de tais palavras é próprio dos alarves e apedeutas. Indica, outrossim, uma mente deslumbrada com as reverberações de um saber despiciendo, que leva a conclusões inanes sobre os transcendentais enigmas do Homo sapiens.
- Prefira a linguagem denotativa; ela é um lago transparente de onde emerge com clareza o sentido das palavras.
- Evite em seu texto manifestar preconceito contra as mulheres. Do contrário, elas vão reclamar de você o tempo todo sem lhe dar chance de se defender. Mulher – todo o mundo sabe – não tem paciência para compreender as razões do outro e termina transformando o que deveria ser um diálogo esclarecedor num monólogo interminável – em que, obviamente, só ela fala.
- Medite nesta verdade preciosa: rima é bom em poesia, não em prosa.
- Fuja dos enunciados vagos e genéricos. Eles dão aquela sensação de algo que não se sabe bem o que é, embora todos de alguma forma já tenham sentido em certos momentos da vida. Alguns têm disso uma longínqua idéia, mas só conseguem defini-la em determinados contextos ou por algum tipo de sugestão diferente da que experimentaram no início, antes de tudo fazer sentido. Ou não.
- Ao estar fugindo do gerundismo, você não estará fazendo mais do que sua obrigação. Vá ficando atento.
- Você acha que o excesso de perguntas retóricas torna mais eficiente o seu texto? Será que elas necessariamente facilitam o diálogo com o leitor? Ou podem deixar o discurso redundante, sugerindo questões que na verdade não existem? Não será melhor usar frases afirmativas, deixando logo claro o que se quer dizer?
- Portanto, não inicie o texto pela conclusão. Comece-o mesmo pelo começo, apresentando o tema e depois os argumentos.
- Um texto com excesso de “que” parece que tropeça a cada momento e mostra que a pessoa que o produz tem que melhorar o ouvido.
- Sem essa de gírias, mano. Se você, tipo assim, se amarra nesse tipo de modismo, mostra que não tá com nada. Com certeza.
- Seja evitado em sua redação o excesso de voz passiva analítica, para que você não seja visto pelo leitor como alguém a ser desprezado.
- É bom moderar o uso da mesóclise. O bom escritor evitá-la-á em nome da simplicidade, pois a colocação do pronome no meio do verbo trar-lhe-ia aspereza acústica e transformá-lo-ia num monstrengo aos ouvidos de hoje.
- Evite. Fragmentar o período. Pois isso é uma grave falha. Gramatical e estrutural.
- Sei que é difícil fugir das frases feitas, mas faça um esforço. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
O texto acima é de autoria de Chico Viana, acesse Blog de Chico Viana – Dicas de estilo (sem estilo)
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